IFPR avança na consolidação de Mestrados Profissionais e Acadêmicos – Campus Foz do Iguaçu

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IFPR avança na consolidação de Mestrados Profissionais e Acadêmicos

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Na última terça-feira (18), o Instituto Federal do Paraná deu um grande passo no deferimento de propostas de Mestrado Acadêmico Interdisciplinar e Profissional, com a seleção de três delas: “Mestrado Profissional em Biotecnologia em Saúde”, do Campus Londrina, “Mestrado Acadêmico Interdisciplinar em Ciência, Tecnologia e Sociedade”, do Campus Paranaguá, e “Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de Alimentos”, do Campus Paranavaí. Confira o resultado, publicado na página da Pós-Graduação. A chamada para propostas havia sido realizada em março deste ano.

Conforme ressalta o Pró-Reitor de Ensino, Professor Ezequiel Westphal, a implantação de Programas de Pós-Graduação Stricto sensu no IFPR já era uma demanda em alguns campi, na medida em que os mesmos foram se consolidando em seus itinerários formativos, quadro docente e nas atividades de pesquisa e extensão. “A Chamada Pública, na submissão das propostas de Mestrado, propiciou – democraticamente – a discussão para a submissão de cursos que atendessem à realidade local e regional. Com isso, o IFPR dará um salto qualitativo na integração das atividades de ensino, pesquisa e extensão, a partir dessa oferta de programas stricto sensu à sociedade paranaense”, explica.

Westphal reforça ainda que se trata do resultado do fortalecimento da política de pesquisa e inovação do Instituto. “Esse fortalecimento é traduzido em programas e iniciativas sérias como o IFTech, o Se²pin, os programas de bolsas, a participação de estudantes e professores em eventos científicos e acadêmicos em vários cantos do país, a consolidação dos cursos superiores no IFPR, a criação e a consolidação dos cursos de especialização presenciais e a distância, entre vários outros exemplos que temos no Instituto”, pontua o professor.

Um dos grandes compromissos do IFPR é com a verticalização do ensino, fornecendo aos cidadãos oportunidade de estudo desde o Ensino Médio até a Pós-Graduação. Com o deferimento das propostas de Mestrado, avança-se nesse objetivo, como destaca Daniel Bussolaro, Diretor de Pesquisa da Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação (Proepi): “Fazemos pesquisa de qualidade no Ensino Médio, na Graduação e agora, em breve, teremos a oportunidade de começar a desenvolver ações de pesquisa na Pós-Graduação Stricto sensu também. A partir do momento em que tivermos esses cursos, passaremos a ter estudantes de todos os níveis atuando na pesquisa. Será possível, por exemplo, estudantes de Ensino Médio, de Graduação e de Mestrado trabalharem ao mesmo tempo, atuando juntos em um mesmo projeto, todos contribuindo para a riqueza dessa relação e interação, cada um a partir de seu conhecimento e sua realidade”.

Essa riqueza de pesquisas e troca de informações é outro ponto importante da política do IFPR: a formação e qualificação profissional dos estudantes por meio da integração entre ensino, pesquisa, extensão e inovação. A partir disso, a Proepi, por exemplo, já começa a pensar em seus programas e eventos – como os já mencionados IFTech e Se²pin, além do Programa Institucional de Apoio à Aquisição de Equipamentos para Pesquisa, Desenvolvimento, Extensão e Inovação (Proeq), entre outros – também com foco na Pós-Graduação, em nível de Mestrado, para que eles possam sair fortalecidos a partir de editais internos.

Mirele Carolina Jacomel, Diretora de Ensino Superior e Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Ensino (Proens), ressalta a mudança que está ocorrendo com a Pós-Graduação no Brasil: “A inovação e a diversidade curricular apontam para novas pesquisas que se formam em torno da integração entre as áreas do conhecimento, o que amplia a necessidade dos Programas de Pós-Graduação Stricto sensu interdisciplinares. Ao mesmo tempo, percebe-se a necessidade da pesquisa aplicada ao desenvolvimento dos setores produtivos, por meio da qualificação de profissionais orientados a atuar mais em contato com seu eixo de produção do que no ambiente acadêmico.”

A interdisciplinariedade e integração com os outros campi – aspectos relevantes para o IFPR –  ficam visíveis, por exemplo, no projeto “Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de Alimentos”, do Campus Paranavaí. Sua realização envolveu um grupo de três áreas: Alimentos, Química e Biologia, sendo pensado por docentes não só de Paranavaí, mas também dos campi Foz do Iguaçu, Jacarezinho e Colombo. Além disso, ele foi estruturado em decorrência da demanda local, como destaca Denis Fabrício Marchi, professor do Campus Paranavaí e coordenador do projeto: “A ideia foi elaborar uma proposta que atendesse não apenas o campus, como também a região de forma geral, que tem um setor agroindustrial muito forte”. O professor lembra também que a integração com os outros campi visa à expansão dos resultados obtidos pelo futuro curso: “Imaginamos que essas áreas alocadas em diversos campi possam vir a trabalhar junto conosco, para assim nos tornarmos um grande centro de pesquisa. Não queremos algo isolado, mas sim ajudar no desenvolvimento daqueles que tenham interesse em trabalhar com pesquisa neste setor”.

A realização da chamada, seleção e avaliação foi uma ação conjunta da Proens e da Proepi, que agora se preparam para apoiar a qualificação do corpo docente e das propostas e, posteriormente, submeter à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para aprovação. “Certamente, o desenvolvimento local e regional será pautado nesse momento, para que possamos investir responsavelmente os recursos públicos no desenvolvimento das regiões”, finaliza Mirele.

Entrevista

Confira, na íntegra, a entrevista concedida pela Diretora Mirele Carolina Jacomel à Assessoria de Comunicação do IFPR.

COM: Professora, a maioria dos cursos do IFPR são técnicos de nível médio. Como se dá a relação da pesquisa na Pós-Graduação com a pesquisa básica realizada no Ensino Médio?
Mirele: Nossa instituição segue um dos mais importantes princípios da Educação Profissional e Tecnológica: a formação e qualificação profissional dos estudantes por meio da indissociabilidade entre o ensino, pesquisa, extensão e inovação. Especificamente, o incentivo ao trabalho de pesquisa e investigação científica, que constitui também a base do processo formativo, deve perpassar todo o itinerário de formação do sujeito. Quer dizer, nosso compromisso com a educação e com os sujeitos que integram os ambientes acadêmicos e escolares é promover, em todos os níveis e modalidades de ensino, a prática investigativa e a apropriação dos conteúdos por meio da pesquisa. Tendo em vista, ainda, que nossa finalidade é promover a verticalização da educação básica à educação profissional e educação superior, nos termos da Lei, torna-se um compromisso garantir que todos os nossos estudantes, independentemente do nível de ensino, recebam uma formação fundamentada nesses princípios.

COM: De que maneira a Pós-Graduação pode propiciar integração entre as áreas e os eixos tecnológicos?
Mirele: Primeiramente, é necessário dizer que a Chamada Interna para apresentação de propostas de Mestrado se organizou em torno de um planejamento da Pró-Reitoria de Ensino e da Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação, para alavancar a Pós-Graduação no IFPR. Isso iniciou em 2013, quando o professor Ezequiel Westphal montou uma nova equipe e orientou para que fossem construídos os novos regulamentos da Pós-Graduação, além de um trabalho de investigação sobre os procedimentos mais apropriados para essa ação. Isso porque a Proens sempre se preocupou com a organização dos cursos Técnicos de Nível Médio e dos cursos de Graduação. Administrar os níveis é uma tarefa complexa, pois é fundamental que a instituição consolide, em cada etapa, todos os cursos ofertados. O planejamento realizado demonstrou que estamos no momento certo para investir mais na Pós-Graduação. Mas foi necessário, ainda, pensar que o IFPR é uma instituição diferenciada por ofertar todos os níveis. E certamente a organização dos cursos em Eixos Tecnológicos e Áreas do Conhecimento propicia sua integração, razão pela qual decidimos por realizar uma Chamada Interna para a apresentação de propostas de Mestrado Profissional ou Mestrado Interdisciplinar.

COM: Qual a importância dos programas de Pós-Graduação no desenvolvimento de pesquisas científicas e aplicadas?
Mirele: A Pós-Graduação no Brasil vem passando por um processo de renovação, como podemos verificar no Plano Nacional de Pós-Graduação. A inovação e a diversidade curricular apontam para novas pesquisas que se formam em torno da integração entre as áreas do conhecimento, o que amplia a necessidade dos programas de Pós-Graduação Stricto sensu interdisciplinares. Ao mesmo tempo, percebe-se a necessidade da pesquisa aplicada ao desenvolvimento dos setores produtivos, por meio da qualificação de profissionais orientados a atuar mais em contato com seu eixo de produção do que no ambiente acadêmico. São demandas do mundo do trabalho que provocaram transformações significativas na Pós-Graduação no país.

COM: De que forma os programas de Pós-Graduação influenciam no desenvolvimento local e regional?
Mirele: Os programas de Pós-Graduação tendem a promover o desenvolvimento local e regional por diversos fatores. Primeiramente, no âmbito institucional, é inegável que os programas contribuirão para a consolidação do IFPR. No que se refere à sociedade, numa perspectiva mais local, há uma preocupação pontual acerca do atendimento às demandas por profissionais de setores produtivos mais fortes nas regiões de abrangência do IFPR. A Chamada Interna para propostas de Mestrado iniciará uma segunda etapa a partir de agora, que é a de qualificação das propostas. Certamente, o desenvolvimento local e regional será pautado nesse momento, para que possamos investir responsavelmente os recursos públicos no desenvolvimento das regiões.

COM: Qual a importância ou relação desse resultado das propostas de mestrado com o itinerário formativo dos campi?
Mirele: Os campi organizam seus cursos por meio dos Itinerários Formativos, e a proposta de Mestrado também segue essa organização, pois todos os cursos, independentemente do nível e modalidade de ensino, são ofertados com a mesma infraestrutura e com o objetivo de verticalizar.

 

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